Por enquanto não existe nenhum percurso pedestre assinalado na Serra de S. Macário. No entanto, o Projecto Criar Raízes de S. Pedro do Sul organiza rotas temáticas que percorrem essa zona. No próximo dia 27 de Julho, por exemplo, está prevista uma "Rota do Romeiro" no S. Macário. A este respeito poderá obter mais informações pelo e-mail criaraizes@portugalmail.pt ou através do telefone 232 728 330.
A designação de maciço da Gralheira, aqui atribuída às complicadas formas de relêvo que limitam ao N. a bacia hidrográfica do Vouga, constitui pouco menos do que uma novidade na nossa nomenclatura geográfica. E, a-pesar-disso, ousamos empregá-la como mais propria para qualificar essa vasta zona montanhosa estendendo-se irregularmente em diferentes direcções, que por vezes irradiam do mesmo ponto, não aparentando por isso alinhamentos contínuos - sentido do termo serra - e nem sequer continuidade orográfica aparente. Chamamos-lhe maciço por esta circunstância primacial, e maciço da Gralheira, porque, havendo necessidade de nomes de conjunto em questões de orografia e tectónica, escolhemos, entre as designações locais, aquela que tem um carácter menos acentuadamente local, além de estar já em parte consgarada pelo uso, tanto em livros nacionais como estrangeiros.
Compreende o maciço toda a zona montanhosa que se estende entre o Vouga com o Sul, e o Douro com o Paiva, e é essencialmente constituído por uma faixa central granítica, a que se sucedem lateralmente terrenos arcaicos, precâmbricos e silúricos, apresentando as suas maiores altitudes na serra de S. Macário (1.053 m.), serra da Arada (1.116 m.) e serra da Freita (1.085 m.), estas últimas correspontes ao afloramento granítico e aquela a uma poderosa assentada de quatrzito cinzento, provàvelmente silúrico, que atravessa os terrenos arcaicos e precâmbricos.
Se examinarmos, no modêlo da região, como se distribuem as principais linhas de relêvo do maciço da Gralheira, notamos, antes de tudo, a falta sensivel dum plano ordenado, de tal forma se encontram misturadas essas linhas de relêvo; e a-pesar-disso, o todo constitui uma unidade bem evidente, embora desfigurada, como veremos, pela sobreposição de enrugamentos de diversa idade, que, posteriormente, a erosão fluvial veio complicar ainda mais.
Começa o maciço pela serra de S. Macário (pico de S. Macário, 1.053 m.; Cumieira, 985 m.), com orientação geral de NE. para SO. Caminhando para o Poente, encontra-se, numa direcção aproximadamente perpendicular, a serra da Arada (Arada, 1.057 m.; Cabria, 1.073 m.; Cabeçadas, 1.072 m.; Chans, 1.116 m.). Ao N., e com a mesma orientação, fica a serra de Covas do Monte, que se continua pela serra do Gamarão, uma e outra de altitudes inferiores, constituíndo esta última o recorte setentrional do fertilíssimo vale de Arouca. A disposição vertical dos xistos precâmbricos, facilitando extraordinariàmente o trabalho da erosão, dá origem a quedas de nível muito bruscas, cavando as linhas de água, que afluem ao Paiva, vales muito profundos que conservam, com ligeiros desvios, a mesma direcção das linhas de relêvo.
Continuando para Poente, voltam de novo os alinhamentos NE. - SO., de que faz parte a serra de Manhoce (1.002 m.), e que vão diminuindo de altitude à medida que se aproximam do Vouga. Ultrapassada a ribeira de Teixeira, cujo nome indica ser o seu vale cortado entre profundos desfiladeiros, as linhas de relêvo e os cursos de água tomam uma direcção aproximadamente N.-S., como a chamada serra de Sever, que se prolonga, para N., pela serra do Arestal. Deve notar-se, entretanto, que estes últimos alinhamentos montanhosos teem uma importância muito inferior aos primeiros, pois apenas constituem o rebôrdo de uma vasta zona planáltica em que assenta Albergaria das Cabras e de que a serra da Freita pode considerar-se o contraforte setentrional.
A serra da Freita (1.085 m.), correndo na mesma orientação e como prolongamento natural da serra da Arada, continua-se para NO., por uma zona de altitude successivamente decrescente de que fazem parte as serras de Romariz e de Santo Ovídio, através das quais se estendia o antigo caminho de S. Pedro do Sul para o Pôrto.
Aristides de Amorim Girão, Bacia do Vouga. Estudo Geográfico, Coimbra, Imprensa da Universidade, 1922, pp. 23-26.
2 comentários:
Bom dia!
Excelente iniciativa!
Existe algum Percurso Pedestre que passe na Serra de S.Macário?
Já fiz a Rota das Bétulas - magnífico.
Um abraço
António Castanheira
Caro António Castanheira,
Por enquanto não existe nenhum percurso pedestre assinalado na Serra de S. Macário. No entanto, o Projecto Criar Raízes de S. Pedro do Sul organiza rotas temáticas que percorrem essa zona. No próximo dia 27 de Julho, por exemplo, está prevista uma "Rota do Romeiro" no S. Macário. A este respeito poderá obter mais informações pelo e-mail criaraizes@portugalmail.pt ou através do telefone 232 728 330.
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